Peço desculpas de antemão pelo texto, que será um pouco longo. Quando escrevo sobe experiências escolares, procuro ser conciso, mas quando a emoção e a realização entram em jogo, é realmente difícil ser econômico nas palavras.
Nossa visita de hoje à Coppe na UFRJ foi realmente muito especial por vários motivos. Para mim, claro, é sempre um prazer visitar um centro que é referência no desenvolvimento de tecnologias que abrangem desde a concepção de um trem que (literalmente) voa sobre os trilhos até a geração de eletricidade através do movimento das ondas. Tudo incrível, high tech, como se estivéssemos vivendo em um filme de ficção científica. Tudo isso é fantástico por si só, sem dúvidas, mas a verdadeira fascinação e realização, eu descrevo a seguir.
O que pode ser mais gratificante para um professor do que ver seus alunos graduandos, em seu derradeiro ano letivo no ensino médio, de olhos brilhando dentro de um espaço universitário? O que nos emociona mais do que ouvi-los comentar, bem baixinho, mas não tão baixo que não possamos ouvir, sobre como tudo aquilo era incrível, um outro mundo, um futuro, uma meta, uma possibilidade maravilhosa que se apresentava para eles como o vislumbre de um sonho bom? “- Aqui é legal, mas é ali no prédio de Letras que vou estudar!”, “- Sempre quis ser bióloga, agora tenho certeza!”, “- QUANDO EU PASSAR, vou entrar nesse projeto de despoluição da Baía de Guanabara!”, “- Olha os alunos, parecem com a gente, mas são mais maduros!”... nossa... como não se arrepiar ao ouvir isso?! A esperança, a garra, a força da juventude, tudo ali, fervilhando diante de nossos olhos.
O passeio de hoje – e me perdoem a palavra que já está um pouco gasta – foi protagonizado pelos alunos. Nós, professores e equipe pedagógica, fomos apenas testemunhas, espectadores desse espetáculo tão bonito que é a transição de nossos jovens rumo a um futuro que a “sociedade injusta” teima em lhes negar. Vocês, alunos, são estrelas, nós somos admiradores que nos encantamos com seu brilho.
Parabéns a todos os envolvidos que, discretamente, propiciaram a nossos jovens essa experiência importantíssima que representa um marco em suas vidas; e à equipe diretiva/pedagógica que fez questão de acompanhar nossos jovens. Isso parece algo prosaico, mas essa presença corrobora, reafirma o compromisso de nossa escola com o FUTURO dos alunos, não construindo um “castelo em nuvens”, mas estendendo a mão com firmeza, carinho e responsabilidade.
Aqui me permito citar um agradecimento especial ao nosso ex-aluno Jhonny que, com muita paciência e carinho, encontrou tempo em sua agenda apertada para falar com todos os alunos visitantes, contando um pouco de sua trajetória, enchendo todos de uma motivação tão genuína que os alunos, em massa, exigiram sua presença na escola para ministrar uma palestra a todos. Jonathan, não preciso reafirmar aqui o seu valor, seria redundante, mas quero te deixar um recado com o perdão da palavra – porque qualquer coisa menor que isso seria injusta: você é foda.
Meus alunos, meus jovens, criem a sanha de serem mais, de alcançarem seu lugar ao sol, de se tornarem tudo aquilo que vocês podem ser. Estudem, se esforcem e façam alguns sacrifícios: aquele mundo que vocês viram hoje NÃO é um sonho. Ele é todo para vocês. Tomem o que é seu.
Professor Marcel Costa
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